segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Jornais angolanos destacam visita de António Costa a Luanda

DIPLOMACIA
DN    17 Setembro 2018 — 09:44
António Costa foi recebido pelo ministro das Relações Exterior de Angola, Manuel Augusto

Cooperação económica merece a atenção dos jornais angolanos na cobertura da visita de dois dias do primeiro-ministro a Angola. 
Jornal O País faz capa e publica na íntegra a entrevista dada ao DN

Angola tem todas as condições para ser uma grande potência económica em África, afirma o primeiro-ministro António Costa em entrevista publicada esta segunda-feira no Jornal de Angola. 
O jornal O País, o segundo maior de Angola, dá destaque de primeira página e publica na íntegra a entrevista feita pelo DN ao primeiro-ministro antes de embarcar para a visita oficial de seis dias.
A entrevista ao Jornal de Angola merece também destaque na capa com uma foto do primeiro-ministro português e o título "Portugal ambiciona relações profícuas e estreitas com Angola", acrescentando o texto da primeira página que essas relações devem ser focadas "nos grandes desafios e nas grandes oportunidades do século XXI".

"Nunca teremos uma relação com outros países como a que temos com Angola", diz António Costa na entrevista ao diário angolano.
No Jornal O Guardião, já é dado destaque à chegada de António Costa a Luanda, em que o primeiro-ministro português afirmou que Portugal e Angola têm uma história "longa" e que o foco tem de estar centrado no futuro e não no passado.

No Expansão, um jornal mais focado na economia, a visita merece também atenção, com o fim da dupla tributação e uma maior cooperação económica a serem temas de manchete. 
Este jornal destaca a assinatura de acordos nas áreas de educação e ciência e afasta a possibilidade de ser discutida a isenção de vistos, já que Portugal integra o espaço de Schengen e não assim exercer reciprocidade com Angola.

Retomar níveis de 2014
António Costa está em Luanda hoje e amanhã. 
Hoje foi recebido no aeroporto de Luanda pelo ministro das Relações Exteriores angolano, Manuel Augusto, tem por objetivo retomar rapidamente os níveis anteriores a 2014 nas relações económicas e normalizar os contactos bilaterais político diplomáticos.

Com António Costa viajaram também os ministros dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e da Agricultura, Capoulas Santos, assim como os secretários de Estado Teresa Ribeiro (Negócios Estrangeiros e Cooperação), Eurico Brilhante Dias (Internacionalização) e Ricardo Mourinho Félix (Adjunto e das Finanças). 
Acompanham também o primeiro-ministro português, os presidentes dos dos conselhos de administração da agência Lusa, Nicolau Santos, e da RTP, Gonçalo Reis.

Hoje, primeiro dia da visita, que coincide com um feriado (o Dia do Herói Nacional, o programa de António Costa terá sobretudo uma componente económica, estando previsto um encontro à porta fechada com empresários portugueses que operam no mercado angolano.

Além do encontro com empresários, o primeiro-ministro terá também visitas com significado histórico, como a deslocação à Fortaleza de Luanda, onde está o recém-recuperado Museu Nacional de História Militar.

Na parte da tarde, o primeiro-ministro tem ainda previsto um passeio pela Baía de Luanda e termina o dia com um encontro com a comunidade portuguesa residente na capital angolana.

Um encontro que decorrerá no Centro Cultural Português e que ocorrerá depois de visitar a obra do hospital materno infantil da Camama, que está a cargo da empresa portuguesa Casais, num projeto avaliado em 194 milhões de dólares (cerca de 166 milhões de euros).

Na terça-feira, após a reunião, marcada para as 11.00 locais (mesma hora em Portugal), entre o Presidente de Angola, João Lourenço, e o primeiro-ministro português, os dois governos deverão assinar cerca de uma dezena de acordos, entre os quais uma convenção para o fim da dupla tributação e um memorando para a progressiva regularização de dívidas de entidades públicas angolanas a empresas portuguesas, cujo montante global se estima entre os 400 e os 500 milhões de euros.

Os governos de Lisboa e de Luanda vão ainda ampliar linhas de crédito, estabelecer um plano de cooperação no setor da agricultura e assinar um Programa Estratégico de Cooperação 2018/2022. 

Sem comentários:

Enviar um comentário