segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Ondas de choque: Mercados europeus afundam, euro valoriza

SEGUNDA-FEIRA NEGRA
Agência Lusa  -  24/8/2015, 8:15
A Europa abriu toda no vermelho, com a bolsa de Lisboa também em forte queda. Ondas de choque da crise nos mercados asiáticos passam pela Rússia. O euro é a moeda de refúgio: está a valorizar.




















A Bolsa de Lisboa abriu hoje em terreno negativo, com o PSI20, o principal índice da praça lisboeta, a cair 4,13%, para os 5.076,18 pontos. 
A queda histórica da bolsa chinesa está a ter repercussões por toda a Europa: em Frankfurt, o índice alemão DAX afundava 3,24%. 
As praças de Madrid, Londres e Paris também abriram em forte baixa, com os respetivos índices a registarem quedas de quase 3%. 
Pior que Lisboa, a meio da manhã, só mesmo a bolsa grega, que acumulava perdas superiores a 5%.

Segundo o Telegraph, o FTSE 100, uma pool das 100 ações representativas da Bolsa de Valores de Londres que procura detectar movimentos de alta ou baixa nas cotações, perdeu em duas horas 60 mil milhões de euros.  
Já FTSEurofirst 300, que junta as 300 maiores da Europa, tinha perdido 200 mil milhões.

Pelo caminho, o euro valorizou – atingindo os 1,1499 contra o dólar, nível não visto desde fevereiro. 
Em dias de instabilidade, os investidores estão a olhar para o euro como um terreno seguro, tendo também em conta a expectativa de que, nos EUA, a Fed acabe por subir as taxas de juro. 
Já o Rublo caiu para mínimos de sempre — são precisos agora 70,95 rublos para equivaler a um dólar.

O que cai mais na bolsa de Lisboa 

Pelas 8h16 de Lisboa, as 18 cotadas no índice PSI20 estavam todas a cair, à semelhança das restantes praças europeias, contagiadas pelas fortes perdas das bolsas de Xangai e Hong Kong.

As ações da Impresa quebravam 9,09% para 0,67 euros, seguidas pelos títulos do BCP, que perdiam 6,99% para 0,0559 euros, do Banif, que afundavam 6,90% para 0,0054 euros, e da Pharol (antiga PT SGPS), que recuavam 5,7% para 0,248 euros.

O setor financeiro está hoje sob pressão com o BPI também a cair, ao perder 4,79% para 0,914 euros. 
A exposição do BPI ao banco angolano BFA e o agudizar da crise que afeta Angola, com a queda das matérias-primas, nomeadamente do preço do petróleo, “estão a penalizar as ações” do banco português, segundo analistas citados pela agência de informação financeira Bloomberg.

Além disso, os setores mais vulneráveis à volatilidade do preço das matérias-primas estão também “a ser castigados” pelo abrandamento da economia chinesa. 
Ainda em Lisboa, a Galp perdia 4,06% para 8,976 euros, a Jerónimo Martins recuava 3,71% para 11,95 euros e a EDP caía 3,16% para 3,067 euros.

Na sexta-feira, o principal índice da bolsa portuguesa (PSI20) já tinha encerrado a sessão a cair 2,73%, para 5.288,12 pontos, pressionado pelas descidas significativas dos pesos pesados Jerónimo Martins, EDP e Galp, num dia negro para as praças europeias.

Praças europeias abrem no vermelho

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