domingo, 21 de outubro de 2018

Arábia Saudita diz que operação que matou jornalista não foi autorizada e afirma desconhecer paradeiro do corpo

ARÁBIA SAUDITA
João Francisco Gomes
21 de Outubro de 2019
Jamal Khashoggi morreu a 2 de outubro depois de ter entrado no consulado da Arábia Saudita em Istambul

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Arábia Saudita, Adel al-Jubeir, diz que a morte do jornalista saudita Jamal Khashoggi foi um "erro tremendo" que aconteceu durante uma operação não autorizada.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Arábia Saudita, Adel al-Jubeir, diz que a morte do jornalista saudita Jamal Khashoggi foi um “erro tremendo” que aconteceu durante uma operação não autorizada pelas autoridades sauditas. 
Numa entrevista à estação televisiva Fox News, o governante confirmou que a Arábia Saudita está a investigar a morte do jornalista para apurar quem teve responsabilidades.

“Os indivíduos que fizeram isto fizeram-no fora do âmbito da sua autoridade”, disse à Fox News, sublinhando que “obviamente foi feito um erro tremendo, e o que agravou o erro foi a tentativa de o encobrir”
Adel al-Jubeir garantiu ainda que o Príncipe Mohammed bin Salman não estava ao corrente da operação.
“Não havia pessoas ligadas a ele” na operação, afirmou.

“Isto é inaceitável em qualquer governo”, continuou.
“Estamos determinados a descobrir todos os factos e estamos determinados a punir todos os que foram responsáveis por este homicídio.”

Na entrevista, Adel al-Jubeir destacou que a investigação ainda está na fase inicial e confirmou que, para já, as autoridades sauditas não sabem o que aconteceu no interior do consulado do país em Istambul nem a localização atual do corpo de Jamal Khashoggi.

O jornalista Jamal Khashoggi, de 60 anos, voz crítica do regime saudita e colunista do jornal norte-americano The Washington Post, entrou no consulado da Arábia Saudita em Istambul no dia 2 de outubro, onde iria obter um documento para se casar com a sua noiva turca. 
Nunca mais foi visto. 
Mais recentemente, a Arábia Saudita admitiu que o jornalista foi morto — avançando depois que a morte ocorreu durante uma luta, num interrogatório que correu mal, e deteve 18 suspeitos.

A entrevista de Adel al-Jubeir acontece no dia em que o Reino Unido, a Alemanha e a França emitiram um comunicado conjunto no qual salientam “uma necessidade urgente de clarificação do que aconteceu exatamente no dia 2 de outubro — além das hipóteses que têm sido levantadas até agora pela investigação saudita, que precisa de ser suportada por factos que sejam considerados credíveis”.

A Turquia, que prometeu “revelar tudo” sobre a morte de Jamal Khashoggi, já tinha vindo afirmar que o corpo do jornalista foi esquartejado dentro do consulado, depois de investigadores turcos terem entrado no edifício e encontrado indícios do crime.

O presidente norte-americano, Donald Trump, depois de ter avisado que se houvesse envolvimento do regime saudita na morte do jornalista haveria “consequências severas” e de ter prometido uma investigação e um “castigo severo”, já veio dizer que acredita nas explicações dadas pela Arábia Saudita — nomeadamente a tese de que o colunista morreu durante uma luta.























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