terça-feira, 12 de julho de 2016

Bruxelas e Itália num impasse sobre a banca

BANCA
Cátia Simões
07.07.2016 / 12:43




















A Comissão Europeia e Itália têm visões diferentes sobre a contribuição dos obrigacionistas no financiamento à banca.

As negociações entre o governo italiano e a Comissão Europeia sobre a recapitalização da banca italiana chegaram a um impasse, uma vez que os dois têm uma interpretação diferente das regras, diz a Bloomberg. 

Em causa estão posições diferentes sobre se os credores privados devem enfrentar perdas se forem usados fundos públicos para recapitalizar os bancos. 

Depois do “Financial Times” ter noticiado que o primeiro-ministro Matteo Renzi ponderava injetar dinheiro público nos bancos, como solução de último recurso – o que já foi negado pelo Executivo italiano – a Bloomberg diz agora que o objetivo é avançar com um plano de financiamento ao setor financeiro respeitando as regras da União Bancária, que permitem esse financiamento se os bancos falharem os stress tests. 
Os resultados dos testes à banca italiana serão conhecidos no final do mês. 

Roma diz que essa solução não deve implicar custos para os obrigacionistas, visão que terá esbarrado na resistência de Bruxelas. 
As regras da União Bancária dizem que quem tiver mais de 100 mil euros tem de ser chamado a participar das necessidades de financiamento. 

A Comissão Europeia já fez saber que “há uma série de soluções que podem ser postas em prática em plena conformidade com as regras da UE respeitantes à liquidez e escassez de capital nos bancos, sem efeitos adversos sobre os investidores de retalho”. 

Nos últimos dias as atenções têm estado voltadas para o Banca do Monte dei Paschi da Siena: o BCE exigiu que o quarto maior banco italiano reduzisse o crédito malparado em 40% até 2018 numa altura em que os bancos italianos se debatem com dificuldades. 
As ações chegaram a cair 14% na segunda-feira e continuam em tendência descendente. 

Em cima da mesa estará a possibilidade do plano de recapitalização ser feito através do Atlante, fundo dotado de cinco mil milhões de euros para o crédito malparado da banca, criado em dezembro pelo executivo italiano, numa altura em que Itália é vista como o próximo grande risco da Europa e os juros da dívida dispararam.

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