quinta-feira, 28 de julho de 2016

Caixa. “Valor da recapitalização depende da profundidade da reestruturação”


COMISSÃO DE INQUÉRITO CGD
Filipe Paiva Cardoso
28.07.2016 / 15:49
Carlos Costa, governador do Banco de Portugal. Foto: JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

Governador elencou os pontos que concorrem para as necessidades de capital da banca. E diz que dimensão da capitalização da CGD depende da ambição 

O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, explicou esta tarde que a dimensão da recapitalização a que a Caixa Geral de Depósitos irá recorrer está, em grande medida, “relacionada e dependente” com a estratégia e objetivos definidos para a reestruturação do banco público, assim como com a rapidez que se desejar imprimir ao mesmo. 

O governador do Banco de Portugal está hoje a ser ouvido pelos deputados na Assembleia da República, onde volta a marcar presença numa comissão parlamentar de inquérito, desta feita para falar da Caixa Geral de Depósitos. 

Segundo avançou aos deputados, “o valor de uma recapitalização associada a um plano de reestruturação” depende do ponto de partida da instituição em termos de balanço mas “sobretudo da missão do plano que se quer levar a cabo, tanto em termos de profundidade, de prazos e de rapidez”. 

O supervisor nomeou aos grupos parlamentares presentes na CPI que nos cálculos para apurar eventuais necessidades de capital da Caixa Geral de Depósitos mas também das “demais instituições”, são quatro os fatores a ter em conta. 
“A evolução futura da conta de resultados, nomeadamente o risco de imparidades futuras”, a criação de uma “almofada de capital para fazer face aos cenários mais adversos previstos nos testes de stress” das autoridades ou o facto do setor bancário hoje estar a viver um período em que precisa de “repensar o seu modelo de negócio”. 

Por fim, detalhou, “é também necessário, para todos os bancos, que se repense o modelo de negócio e se avance com reestruturações para responder aos desafios futuros e atingir os níveis de rendibilidade exigidos pelos acionistas”. 
E neste ponto voltou a falar especificamente da recapitalização da CGD. 

“O valor da recapitalização da CGD que tem sido referido no debate público [que vai rondando entre os 5 e os 3 mil milhões] está em grande medida relacionada e dependente deste quarto fator, isto é a estratégia de reestruturação, missão do plano e rapidez do mesmo.”

O supervisor defendeu ainda aos deputados que a dimensão da capitalização da CGD dependerá assim da “ambição” que a gestão e o acionista pretende, não significando, de todo, que a instituição esteja fragilizada. 
Carlos Costa prefere olhar para a operação como a preparação do futuro do banco público.

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