terça-feira, 19 de julho de 2016

Centeno responde à dura avaliação do FMI com mais produtividade e OCDE

PRODUTIVIDADE
Luís Reis Ribeiro
01.07.2016 / 10:06

Mário Centeno com Carlos Tavares (CMVM) em evento com gestores e empresários. Fotografia: JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

Finanças respondem à missão do FMI com mega conferência e ciclos de reuniões que está a organizar com a OCDE, em Lisboa

A missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) fez durante esta semana uma avaliação muito dura e crítica das políticas do governo do PS, mas o Ministério das Finanças responde hoje com uma mega conferência e ciclos de reuniões que está a organizar em parceria com a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico). 
O tema central é “produtividade”. 

“A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) realiza, nos próximos dias 7 e 8, em Lisboa, o seu Fórum Global para a Produtividade: Reformas Estruturais que contribuam para o Crescimento da Produtividade”. 

“A primeira reunião oficial deste Fórum Global é organizada pelo Governo da República Portuguesa”, assinala o governo, que mostra assim a sua preocupação com o tema. 
A nota de imprensa veio do Ministério das Finanças. 

A sessão de abertura, às 9h00, a 8 de julho, conta “com as intervenções do Ministro das Finanças, Mário Centeno, do secretário-geral da OCDE, Angel Gurría, e do comissário da UE para a Investigação, Inovação e Ciência, Carlos Moedas”. 

A cerimónia de abertura (dia 7) conta com o ministro do Ensino Superior, Manuel Heitor; no encerramento (dia 8) estará o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral. 

Sob fogo do FMI 

Na quinta-feira passada, a missão chefiada por Subir Lall criticou muito os primeiros seis meses do governo, tendo cortado cortado o crescimento deste ano para 1% e elevado o défice para 3%. 

Culpou o governo por estar a falhar no cocktail de políticas que podem reforçar a economia, as contas públicas. 
Disse que repor salários públicos sem plano B na despesa foi uma decisão “lamentável” e pediu mais cortes na despesa e mais medidas para relançar a produtividade. 

Falou da “baixa produtividade” das muitas empresas, que são um género de peso morto para a banca, da falta de competitividade por causa das regras ainda desadequadas que subsistem nos “mercados de trabalho e de produto”. 

Primeira resposta de Centeno 

Logo na primeira resposta ao diagnóstico da missão do FMI, Mário Centeno disse que a visita da missão do FMI para fazer a quarta avaliação regular ao pós-ajustamento e a consulta do artigo IV (avaliação anual) “constituiu mais um momento para avaliar em profundidade os desafios com que ainda se depara a economia portuguesa”. 

“Para responder a esses desafios, está já a ser implementada uma agenda ambiciosa de reformas estruturais”, sendo que, garantiu Centeno, o governo “continuará a trabalhar de forma construtiva com as instituições internacionais e procurará, ainda, promover contactos mais profícuos com atores não-governamentais e organizações representativas da sociedade civil”. 

Segunda resposta de Centeno 

No dia seguinte, nesta sexta-feira, o governo anuncia que é o parceiro da OCDE no debate global sobre a produtividade. 

O fórum global para debater “reformas estruturais que contribuam para o crescimento da produtividade” “irá juntar decisores políticos, investigadores com elevada experiência nesta área e outros participantes oriundos de mais de 40 países”. 

O debate vai incidir sobre “o papel das políticas públicas”, “efeitos de contágio, difusão e políticas públicas da produtividade”, “divergências nos níveis da produtividade e suas consequências para as políticas de inclusão”, “incentivos para que as instituições adotem políticas amigas da produtividade”, “produtividade do sector público”, entre outros. 

O orador principal desta conferência é Jonathan Haskel, professor do Imperial College, Londres. 
Vai discorrer sobre as “causas e consequências da desaceleração da produtividade”, diz a nota das Finanças enviada aos jornais.

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