sábado, 9 de julho de 2016

Investimento deve disparar em 2016 (INE)

Economia e Finanças
Publicado em 08/07/2016

O Investimento deve disparar em 2016 segundo empresários para uma taxa de 6,0%.

O inquérito de conjuntura ao investimento divulgado pelo INE relativo a opiniões recolhidas juntos de mais de 4000 empresários gestores de empresas nacionais (incluindo a recolha censitária das empresas com mais de 200 trabalhadores) revela um forte reforço das intenções de investimento para 2016.

A taxa de resposta global do inquérito foi de 97,7%.

Investimento deve disparar em 2016

Há seis meses este mesmo inquérito revelava intenções de investimento que apontavam para um incremento de 3,1%, agora, num inquérito que teve o trabalho de campo entre 1 de abril e 4 de julho revela uma expectativa de incremento do investimento de 6,0%.

O essencial deste reforço do investimento justificar-se-á pelo aumento do peso do objetivo “racionalização e restruturação” e, com menor significado mas igualmente em crescimento para o objetivo “extensão da capacidade produtiva“. 
O INE sublinha que se perpetiva “a diminuição da importância relativa do investimento de substituição, continuando, no entanto, a ser o objetivo mais referido“.

Na indústria transformadora destaca-se o aumento doa relevância do objetivo de “racionalização e reestruturação”, de “extensão da capacidade de produção” e de “outros investimentos” que deverão aumentar de importância (2,5 p.p., 2,4 p.p. e 0,1 p.p., respetivamente).

Quanto às limitações ao investimento, o INE sublinha que os empresários preveem uma “diminuição do peso relativo da insuficiência da capacidade produtiva e da deterioração das perspetivas de venda e um aumento do peso relativo da dificuldade em obter crédito bancário“.

Decompondo o investimento por dimensão das empresas descobrimos quão díspar é a situação. 
Atentemos nos número do INE sobre a Formação Bruta de Capital Fixo (que neste caso é o investimento das empresas ou FBCF).

Crescimento da FBCF em 2016:

Empresas com mais de 499 trabalhadores: +22,4%
Empresas com mais de 249 e menos de 500 trabalhadores: +11,8%
Empresas com mais de 49 e menos de 250 trabalhadores: +2,2%
Empresas com menos de 50 trabalhadores: -13,4%.
Note-se que face a estimativa anterior, a situação melhorou em todos os escalões, como se pode ver no gráfico do INE que reproduzimos de seguida:
























Investimento deve disparar em 2016 
Fonte: INE

O INE destaca as empresas do 4º escalão como sendo o motor do crescimento do investimento em 2016, não só para que se propõe investir agora mas também pelo contributo extremamente negativo em 2015.
“O diferencial de 6,2 p.p. do investimento empresarial entre 2015 (-0,2%) e 2016 (6,0%) é determinado sobretudo pela evolução das empresas pertencentes ao 4º escalão de pessoal ao serviço, que registam contributos de -3,1 p.p. em 2015 e de 7,4 p.p. em 2016, refletindo taxas de variação de -8,6% e 22,4% em 2015 e 2016, respetivamente.”
E as empresas exportadoras?
Atente-se neste parágrafo do INE sobre a Indústria transformadora:
Relativamente a 2016, perspetiva-se um crescimento de 19,8% do investimento empresarial nas empresas exportadoras, significativamente acima ao aumento previsto para o conjunto das empresas da secção de Indústrias Transformadoras (crescimento de 6,8%) e do aumento para o total de empresas (6,0%).
Recorde-se que estas mesmas empresas em 2015 terão registado um aumento do investimento muito mais modesto: 1,2%.


Em que é que se vai investir mais em 2016?
Segundo as resposta ao inquérito, o peso do investimento em equipamento será reforçado por contrapartida do investimento em construção. O investimento em material de transporte também deverá aumentar ligeiramente de peso o que é compatível com a informação que temos divulgado de aumento das vendas de veículos comerciais e pesados.


Onde estão os maiores desafios?
O INE tem uma secção no seu inquérito que aborda as limitações ao investimento. Apesar de se assinalar uma expectativa de grande dinamismo do investimento em 2016, há indicação de um aumento das limitações identificadas, tendo a percentagem de empresas que as refere passado de 47,6% em 2015 para 50,2%. Eis as preocupações a que se referem:
“Para a maioria das empresas, o principal fator limitativo ao investimento continua a ser a deterioração das perspetivas de vendas (49,3% e 48,8% em 2015 e 2016, respetivamente), seguindo-se a incerteza sobre a rentabilidade dos investimentos (19,7% e 20,0%) e a capacidade de autofinanciamento (10,8% em ambos os anos) (ver tabela 8).
De 2015 para 2016, o aumento dos pesos da dificuldade em obter crédito bancário (1,0 p.p.), da dificuldade em contratar pessoal qualificado (0,4 p.p.) e da incerteza sobre a rentabilidade dos investimentos (0,3 p.p.), foi parcialmente compensado pela redução dos pesos relativos da utilização insuficiente da capacidade produtiva (em -0,8 p.p.) e da deterioração das perspetivas de venda (-0,5 p.p.).“

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